Deu ruim para os 7 Magníficos.
As ações das grandes empresas de tecnologia sofreram uma enorme queda ontem (05), em um evento que ficou conhecido como “segunda-feira negra” nos mercados de ações mundiais.
Todas as empresas do grupo “The Magnificent 7” foram especialmente afetadas, reativando o debate sobre se a Inteligência Artificial (IA) é uma bolha prestes a estourar.
E quando olhamos para a montanha de dinheiro que as Big Techs perderam em um único dia, fica fácil entender por que todos estão se questionando sobre o rompimento de uma bolha que foi inflada (muito) rapidamente.
Um trilhão de dólares desapareceram
Apple, Alphabet (Google), Tesla, Amazon, NVIDIA, Microsoft e Meta perderam coletivamente mais de um trilhão de dólares em valor de mercado.
Em um único dia.
As perdas variaram de acordo com diferentes análises, com a Fortune apontando uma perda de cerca de 600 bilhões de dólares.
Mesmo assim, é muito dinheiro.
A NVIDIA, que se tornou a empresa mais valiosa do planeta não faz muito tempo, viu sua capitalização de mercado cair de 3,33 trilhões de dólares para 2,47 trilhões.
A queda de 25% no valor de mercado foi acentuada por outros fatores não relacionados diretamente ao crash que derrubou coletivamente as ações do “The Magnificent 7”, como a notícia do atraso no lançamento dos chips B200.
A Apple também perdeu muito valor de mercado com a tempestade de ontem, principalmente devido à decisão de Warren Buffett de reduzir pela metade a participação da Berkshire Hathaway na empresa.
A capitalização de mercado da Apple continua sendo a maior entre as Big Techs, mas a movimentação de Buffett causou um belo estrago para Tim Cook e sua turma.
As outras grandes empresas de tecnologia foram de roldão nessa história. Amazon, Microsoft, Meta, Google e Tesla foram igualmente impactadas pelos mesmos medos e incertezas sobre o futuro da NVIDIA e da Apple.
Na prática, o investimento massivo em IA não trouxe os resultados esperados até agora, gerando dúvidas sobre a viabilidade das plataformas a curto prazo.
O medo da recessão
De acordo com a CNBC, as ações das gigantes de tecnologia perderam valor de mercado por um medo real de uma recessão em função do cenário financeiro no Japão.
Para quem não sabe, dados macroeconômicos negativos causaram uma queda de 12% no índice Nikkei no Japão, marcando o pior dia desde a “Segunda-feira Negra” de 1987 em Wall Street.
O evento no Japão pode ter impacto direto nos investimentos em massa em Inteligência Artificial realizado pelas grandes empresas de tecnologia.
Explicando de forma muito simples e condensada: boa parte dos investimentos em IA feitos pelas Big Techs vieram de empréstimos a custo zero que essas empresas fizeram… no Japão.
Como o Japão entrou em recessão técnica e decidiu cobrar de volta o dinheiro emprestado, essas empresas agora terão que se virar para pagar os empréstimos.
E em um cenário onde a Inteligência Artificial não entrega os lucros pelos investimentos feitos, estamos no modo “a conta não fecha”.
Um relatório do Goldman Sachs questionou a viabilidade desses investimentos em IA a curto prazo, destacando que empresas como Microsoft e Meta continuam vendo essa tecnologia como uma aposta de longo prazo.
O problema é que essas empresas não combinaram com investidores e acionistas, o que está gerando esse pânico generalizado.
Os analistas de mercado estão divididos. Não entram em consenso se a recente queda é apenas uma correção de rota ou o início do estouro de uma bolha de IA.
Apesar das perdas, as grandes empresas de tecnologia continuam a investir pesado na tecnologia que é sim o sinônimo de futuro, já que conta com um enorme potencial para revolucionar diferentes campos da vida cotidiana.
Porém, os mais otimistas podem sofrer da ansiedade de quem colocou muito dinheiro nos chatbots, mas que não estão vendo os lucros aparecerem na mesma velocidade dos investimentos.
É um cenário complexo. Digo mais: dramático para algumas dessas empresas do “The Magnificent 7”.