O confinamento acabou com várias práticas do dia a dia, incluindo os encontros com pessoas que conhecemos em apps de encontros, como Tinder, Badoo, Meetic e outros. Uma vez que esses aplicativos só servem para ficar com alguém, o normal seria pensar que o uso desses aplicativos caiu durante a quarentena. Porém, de forma surpreendente, essas ferramentas só ganharam usuários nos últimos dias.
Até porque o confinamento vai acabar um dia, e não há tempo a perder para ficar com alguém.
A quarentena registrando recordes de swipes
Ficar em casa não quer dizer que não vamos nos relacionar com as pessoas. O auge das videochamadas, o aumento no uso de jogos online, aulas de ioga via videoconferência e até as missas online são provas que seguimos conectados, mesmo separados.
Pois bem, o Tinder afirma que bateu o seu recorde histórico de swipes na plataforma, com 3 bilhões de interações em 29 de março de 2020. Espanha, Itália ou França, países mais afetados pela pandemia, registram aumentos de uso na plataforma entre 26% e 30%.
O Badoo também registrou um crescimento de atividades em 10 de março, particularmente nos países mais afetados pela pandemia. O uso de funções como chats e videochamadas também aumentou muito a partir do volume de interações gerais do serviço, com as conversas dentro da plataforma se tornando 22% mais longas.
As videochamadas cresceram 9%, mas o mais interessante de tudo isso é que as mulheres passaram a enviar 25% a mais de mensagens nos primeiros dias de confinamento, enquanto que os homens aumentaram em 12% o volume de mensagens. O mesmo aconteceu com o Meetic, onde a troca de mensagens disparou em 10% desde o início do alerta sanitário.
Enviamos mais mensagens, e cuidamos melhor do nosso perfil
O aumento quantitativo de mensagens resultou na melhora qualitativa dos dados nos perfis. No Tinder, no lugar de saudar as pessoas com palavras curtas ou emojis, agora as pessoas perguntam se a outra pessoa está bem. Na bio do usuário, foram adicionadas entre 10% e 30% a mais de mensagens que refletem preocupação com os outros usuários.
Hashtags do tipo #FiqueEmCasa também registrou um aumento de uso, e o próprio Tinder colaborou ao oferecer de graça durante a quarentena o seu serviço Passport, que permite conhecer pessoas de outros países ou que estão muito longe. No final das contas, os usuários da plataforma estão conversando com pessoas de todo o mundo, e não apenas aquelas que moram no mesmo bairro ou cidade.
No Badoo, a comunidade está realizando encontros alternativos, como por exemplo realizando pedidos surpresa de comida via delivery para outras pessoas, compartilhando bebida ou jogando jogos de mesa online. As conexões e histórias são mais longas e significativas, e os usuários estão procurando formas diferentes para se conhecerem.
Pode ser o início de uma nova era, onde as pessoas não estão procurando apenas o amor ou sexo nos sites de encontros, mas também as amizades e o apoio emocional nesse momento complicado em que vivemos. Nesse sentido, 7% dos usuários do Badoo atualizam o seu perfil todos os dias, reforçando a tendência de modificações identificadas no Tinder.
Os perfis estão mais trabalhados, permitindo filtros por interesse, hobbies, tipos de música e outros temas. Assim, fica mais fácil se aproximar de pessoas que gostam das mesmas coisas que você, ou realizar atividades online com elas.
A busca de coisas diferentes expressa uma mudança sobre aquilo que os usuários buscam em uma pessoa. Algo que surpreende, mas que se encaixa com a tendência de se buscar mais afeto do que uma relação física por si. Sem falar na nova tendência emergente: o slow dating, que nada mais é do que o processo de relacionamento onde você conhece a pessoa mais pelos aspectos emocionais do que priorizando os aspectos físicos. Muitos solteiros estão interessados em conhecer alguém, inclusive se não é possível encontrar fisicamente com essa pessoa nesse momento.
Já pensou? Você se interesse pelo emocional e psicológico de alguém e, daqui a algumas semanas, vai poder dar um abraço naquele ser que você mal conhece, mas admira pacas?