Não é só o Google que está enfrentando problemas sérios com as acusações de práticas antitruste. A Apple, que tem o seu “jardim murado” em forma de ecossistema de produtos, está passando pelos mesmos questionamentos.
A Apple solicitou a um juiz federal que rejeite o processo antitruste do Departamento de Justiça (DOJ), argumentando que as alegações são especulativas e não demonstram poder de monopólio.
Diante do que o mesmo DOJ está fazendo com a gigante de Mountain View recentemente (o que pode resultar na venda do Chrome), a tarefa da Apple está bem longe de ser das mais fáceis.
Mas não podemos culpá-la por tentar.
Entenda o caso
Durante a audiência de apelação, a defesa da Apple afirmou que o DOJ não apresentou uma argumentação plausível sobre a existência de monopólio, sugerindo que a empresa está à mercê de concorrentes menores.
O DOJ, junto com mais de uma dúzia de estados norte-americanos, processou a Apple por supostamente manter um monopólio ilegal no mercado de smartphones, elevando preços e restringindo consumidores em seu ecossistema.
O governo citou cinco práticas anticompetitivas que supostamente a Apple estaria adotando em suas alegações, incluindo a degradação da qualidade das mensagens entre dispositivos iPhone e Android, além de limitações na funcionalidade dos seus smartwatches em telefones de terceiros.
A Apple, por sua vez, minimiza as acusações e até mesmo a sua influência no mercado de tecnologia. A empresa exemplifica em seus argumentos o caso dos desenvolvedores, que alegam prejuízos “como grandes bancos e desenvolvedores globais”, afirmando que eles não são vítimas típicas de práticas anticompetitivas.
Para deixar o cenário um pouco mais complexo do que já é, a nova administração sob Donald Trump pode influenciar o andamento do processo, dado seu histórico de ações contra grandes empresas de tecnologia.
Quem tem a razão?
Na minha modesta opinião?
Quem usa os dispositivos da Apple sabe muito bem como ela exerce um absurdo controle sobre o seu ecossistema de produtos e serviços, e sempre argumentou que isso era feito “em nome da boa experiência de uso”.
Por outro lado, sempre foi muito irritante não poder usar o Apple Watch de forma plena em um smartphone Android, ou até mesmo não ter todos os recursos do Galaxy Watch no iPhone.
Não sei se isso é o suficiente para afirmar que a Apple atua como um monopólio, pois nada impede que você compre um smartphone Android a qualquer momento.
O que realmente pode levantar dúvidas sobre as práticas da Apple é o fato de que, com essa postura, a livre concorrência sai prejudicada.
Na prática, quem está no ecossistema da Apple não consegue usar outras plataformas. Quem tenta sai frustrado, pois nada conversa direito com os dispositivos da gigante de Cupertino.
E… como todo mundo bem sabe… isso acontece porque é sempre do lado da Apple que essa conversa fica complicada.
De qualquer forma, não vai demorar muito para que todos descubram quem tem razão nessa história.
O juiz Julien Neals decidirá se o caso pode prosseguir ou se algumas alegações devem ser descartadas, com expectativa de uma decisão sobre o tema até janeiro de 2025.
Via The Verge