Eu não sei se você reparou isso, mas… a Apple tem um enorme problema com o número 4 (quatro). É quase uma obsessão, e nem deveria ser assim.
No Japão, por exemplo, o número 4 não é tão bem recebido quanto é para Tim Cook e companhia. E no contexto de momento (que é o foco desse artigo, indo além das associações culturais de alguns países com os números), não sei se a empresa deveria forçar o quarto iPhone no mercado.
Mas é isso o que aparentemente vai acontecer em 2025, pois é difícil romper com algumas tradições.
O histórico da Apple com o quarto iPhone
Desde 2020, a Apple tem lançado quatro modelos principais de iPhone anualmente, além de eventuais edições do iPhone SE, que é um pequeno “café com leite” dentro do portfólio de smartphones.
Os modelos base e Pro encontraram estabilidade no mercado, mas o tal quarto modelo tem se revelado um ponto problemático. E aqui, não estamos considerando (por exemplo) iPhone 16 Pro e Pro Max como dois MODELOS, já que um é uma variante do outro.
Ao longo dos últimos anos, a Apple tentou estabelecer o quarto iPhone como um produto sustentável, mas sem muito sucesso.
Exemplos como o iPhone mini demonstram como as tentativas de diversificar a linha enfrentam resistência, especialmente em um mercado que prioriza utilidade e diferenciação clara entre os dispositivos.
O iPhone mini sempre foi considerado como uma proposta nostálgica e compacta, e não alcançou sucesso comercial expressivo, com vendas mornas que levaram a Apple a descontinuar o formato.
Na prática, a Apple aprendeu da pior maneira que a grande maioria dos seus usuários não queria um iPhone pequeno, com desempenho capado e com design do passado.
A maioria queria mesmo era um iPhone menos caro e igualmente potente.
Algo que pode acontecer com o hipotético iPhone 17 Air.
O dilema da Apple com o iPhone 17 Air
Para 2025, rumores apontam para o lançamento do iPhone 17 Air, um modelo radicalmente fino que promete sacrificar bateria e câmeras em prol de um design ultrafino.
O rumor sugere que a Apple está disposta a seguir experimentando em propostas que, dessa vez, são minimamente diferentes em relação a tudo o que já temos neste momento.
Por outro lado, é um movimento que levanta dúvidas sobre a receptividade do público a dispositivos que comprometem funcionalidades essenciais em nome da estética e do design.
A obsessão da Apple em consolidar um quarto modelo é compreensível, considerando que o iPhone representa 50% da receita da empresa.
Por outro lado, dados do mercado mostram que os consumidores preferem modelos com equilíbrio entre desempenho e preço, ou como conhecemos por aqui como “a melhor relação custo-benefício”.
Enquanto os modelos base do iPhone atendem ao público geral, os modelos Pro capturam a atenção de usuários premium com recursos avançados.
Neste aspecto, o espaço para experimentos como o iPhone 17 Air é limitado, especialmente em um cenário onde bateria e câmeras são prioridades para muitos usuários.
O design ultrafino do iPhone 17 Air pode sim impressionar na estética, mas sua proposta arriscada não necessariamente se alinha com as prioridades dos consumidores.
A Apple aposta que o apelo visual do dispositivo será suficiente, mas a tendência de uso de capas para proteção pode minimizar o impacto do design.
Além disso, o fator “wow” que funcionou em dispositivos como o iPad Pro, com telas maiores, pode não ter o mesmo efeito em um smartphone de 6,6 polegadas… que só é fino e com pouca bateria.
De qualquer forma, tudo o que escrevi aqui são apenas teorias.
Se há uma empresa capaz de redefinir tendências é a Apple.
E o sucesso do iPhone 17 Air dependerá de sua capacidade de converter o apelo visual em valor prático percebido pelo consumidor.
Com uma base de clientes que busca equilíbrio entre funcionalidade e preço, o desafio será demonstrar que “mais fino” pode ser sinônimo de inovação relevante, e não apenas de transformação estética.
Boa sorte para a Apple nessa tarefa, pois Tim Cook e sua turma vão precisar disso para convencer os exigentes usuários dos telefones da empresa.