Você se empolgou tanto com o lançamento do Pixel Watch 3 na última edição do Made by Google (e com os novos smartphones da série Pixel 9), que você simplesmente ignorou a ausência de um produto que (muito provavelmente) era do seu interesse (também).
Sim… é claro que o Pixel Watch evoluiu muito da primeira geração até aqui. Recebeu uma versão com 45 mm, melhorou a tela e apresentou recursos de IA para que o dispositivo se tornasse mais integrado ao seu ecossistema, além de mais competitivo em relação à concorrência.
Mas… não se esqueça: o Pixel Watch 3 não chegaria a esse ponto sem a tecnologia da Fitbit… que agora está morto e enterrado.
A rivalidade acabou com a Fitbit
O Google precisava deixar o Pixel Watch 3 competitivo em relação ao Apple Watch e ao Samsung Galaxy Watch.
Para isso, melhorou o Wear OS (e deixou que a Samsung melhorasse o sistema operacional ainda mais) e “pegou emprestado” vários recursos e tecnologias de uma das empresas que ela comprou no passado, a Fitbit.
Aliás, a Google comprou a Fitbit justamente porque a marca entregava soluções inovadoras e muito funcionais para dispositivos simples e competentes.
Mas como a gigante de Mountain View precisava deixar os relógios Pixel mais populares (e não podia deixar uma disputa interna), precisava acabar com a marca que comprou e usufruiu dos seus recursos.
Da mesma forma que a Microsoft fez com a Nokia, mas muito menos pior.
Dito isso, a Google anunciou oficialmente que descontinuou os relógios Fitbit, e vai dar foco exclusivo para o desenvolvimento das futuras versões do Pixel Watch.
E se você é usuário de um relógio Fitbit, eu entendo o que você está sentindo neste momento. É aceitável que você esteja completamente arrasado.
A Google tenta se explicar
É claro que a Google veio à público para falar sobre o assunto.
Um dos motivos oficiais para o fim da marca Fitbit (segundo a Google, obviamente) é a sobreposição de funcionalidades entre as duas marcas.
Como a Google importou os recursos da Fitbit para o Pixel Watch, não faz sentido desenvolver as mesmas funcionalidades para plataformas diferentes.
Outro argumento apresentado pela gigante de Mountain View já foi mencionado neste artigo: evitar a canibalização interna.
Até porque eu desconfio fortemente que muitos optariam pelos relógios da Fitbit, deixando o Pixel Watch encalhado nas lojas.
Ou seja, o movimento vai desagradar a alguns usuários, mas tem a sua razão de ser. É uma decisão lógica e necessária para consolidar o Pixel Watch no mercado.
Bom… agora é bom mesmo que a Google faça os seus relógios funcionarem no mercado, com atualizações constantes e renovações anuais de modelos.
E que todos os recursos que antes estavam nos dispositivos Fitbit desembarquem nos relógios Pixel, aproveitando a base de tecnologia adquirida e aproveitando as tendências de mercado.
Para as viúvas do Fitbit, meus pêsames. E, pode não parecer, mas não estou sendo irônico com essa fala.
E é isso o que acontece quando a sua empresa favorita é absorvida pela Google. De uma hora para outra, ela aumenta o seu cemitério de produtos e serviços descontinuados, abraçando a sua filosofia beta de mais de duas décadas.
A vida é assim mesmo.
Aceita, que dói menos.
Via 9to5Google