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Acbou o amor dos criadores de conteúdo pelas principais plataformas, que se transformaram em autênticos senhores feudais

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O caso de amor que existia entre os criadores de conteúdo e as redes sociais acabou. Bom, é o que parece com as posturas e falas de lado a lado.

O Meta, por exemplo, parece disposto a matar toda uma geração de criadores de conteúdo para não perder o bonde da história e a batalha com o TikTok pelo título de plataforma central da internet. Tanto, que está transformando o Instagram em plataforma de vídeos curtos.

Agora, plataformas com o Twitter, o Behance e até mesmo o LinkedIn (que nunca exigiu uma coreografia em vídeo para entregar notoriedade) estão sendo esquecidas no churrasco da internet, e muitos produtores de conteúdo estão acusando as redes sociais de serem carrascas e não parceiras na disseminação de seus conteúdos.

 

Enquanto uma geração sofre, outra ascende

Muitos criadores se acomodaram com os formatos estabelecidos e plataformas consolidadas. Já outros estão aproveitando as novas oportunidades e crescendo na internet de forma sustentável. E entre os dois grupos, existe o TikTok como palco central.

Alguns produtores de conteúdo estão mostrando sua criatividade para utilizarem as novas ferramentas disponíveis. Por exemplo, tem gente trabalhando com tradução automática, promovendo plataformas de VPN, resumindo filmes para usuários de outros países e até fazendo reviews e receitas em apenas um minuto.

Ou seja, aqueles criadores que contam com uma visão mais empreendedora sobre um conteúdo que vá além da plataforma é que está ganhando notoriedade e popularidade na internet nesse momento. Muitos produtores de conteúdo estão conseguindo consolidar a sua imagem ou marca em diferentes canais e, dessa forma, constroem em torno de si uma grande comunidade em diferentes frentes.

E, dessa forma, conseguem driblar de forma incrível a influência de qualquer algoritmo.

Além disso, as novas gerações procuram efetivamente ir atrás de sua audiência, no lugar de esperar que o público venha até eles através da plataforma onde os conteúdos são publicados. YouTube e Meta contam com filosofias muito claras neste sentido: se você tem mais visualizações, terá uma receita proporcional à sua audiência.

Na prática, tudo o que você publica na internet é considerado “unpaid labour”, ou seja, você está publicando e não é pago por isso. Ou seja, os produtores são obrigados a publicar conteúdo constantemente para as redes sociais que não contam com nenhuma obrigação em pagar qualquer centavo por esse trabalho.

Você só ganha se você tiver audiência. E, repito, uma audiência que vai “achar” o seu conteúdo, e não o contrário.

 

São outros tempos. É um outro momento

Eu e muitos produtores de conteúdos somos de uma época em que todo mundo sabia os custos envolvidos para criar e manter um site. Aliás, eu sei disso até hoje, pois mantenho o TargetHD.net em pé desde 2008, apesar de todas as dificuldades.

Manter um servidor, contratar uma boa largura de banda, registrar um domínio e todos os outros custos envolvidos. Tudo isso custa dinheiro, e nenhum de nós gosta de trabalhar de graça. Por isso, plataformas como Geocities e Blogger se popularizaram em um primeiro momento, pois reduziam os custos de quem queria produzir na internet.

Hoje, é exatamente o contrário: as plataformas atuam como verdadeiros senhores feudais, escravizando os produtores de conteúdo, impondo condições e diretrizes e capturando a maior parte do valor que esses profissionais geram, estabelecendo um mecanismo onde é praticamente impossível prosperar fora desses serviços.

 

As alternativas diante do caos

Alguns produtores de conteúdo estão buscando alternativas para contornar a situação, com redes de profissionais que pedem uma maior transparência, comunicação mais direta com as plataformas e uma espécie de “relacionamento patrão-empregado” que, na prática, não existe.

Outros pedem o fim de uso de determinados termos que prendem aquele profissional à plataforma que tenta essa maior dominação sobre o conceito daquele profissional em relação ao conteúdo produzido. Termos como youtubers, streamers e instagrammers podem tirar a dignidade daquele que deveria sim ser chamado de “produtor de conteúdo”.

Na prática, o YouTube, o Instagram e o TikTok estão agindo da mesma forma que os canais de TV e rádio, que antes estabeleciam que apenas aqueles que estivessem em suas respectivas estruturas eram “jornalistas” de verdade. E esse conceito caiu a algum tempo.

Outra alternativa que está emergindo é a “tokenização” do conteúdo, onde os criadores oferecem aos seus seguidores uma espécie de “cota de investimento”. Em troca do patrocínio prévio, eles recebem uma participação dos lucros futuros, além de conteúdos exclusivos ou de forma antecipada.

Isso resolve uma parte do problema (a estabilidade financeira do produtor de conteúdo), mas gera outros como justificam o valor que agregam as plataformas, como as ferramentas para descobrir onde está o público e gerar receitas a partir do compartilhamento em massa dos vídeos e publicações.

De qualquer forma, existe uma geração inteira de produtores de conteúdo que, na sua imensa maioria, passou do fascínio pelas redes sociais para o status de sobreviventes em plataformas que estão colocando todo esse pessoal em um sistema extremamente opressor e injusto, onde a única coisa que interessa para os administradores dessas redes é o alcance que cada criador de conteúdo pode atingir e, dessa forma, alimentar as plataformas com maior potencial de publicidade.

Um ciclo vicioso que precisa ser quebrado por alguma das alternativas apresentadas neste artigo. Ou por uma solução que ainda está a caminho.


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