Muitos se perguntam quem são as pessoas que controlam os conteúdos que os usuários enviam para o Facebook. São empresas externas contratadas pelo Facebook que vigiam os conteúdos que podem ser considerados sensíveis para a maioria dos usuários, e não bots, inteligências artificiais e funcionários da própria rede social.
Vigiar todo o conteúdo que os usuários compartilham todos os dias em todo o mundo não é uma tarefa fácil. É uma desafio para vários times de moderadores que precisam ver todos os conteúdos enviados na plataforma.
Todos. Sem exceção.
A agonia na vida de um moderador
Uma matéria publicada pelo The Verge abordou três ex-funcionários de uma dessas empresas externas, conhecida como Cognizant. E, tal e como era de se esperar, os seus relatos são impactantes.
É a face menos amável do Facebook, onde vemos como certos usuários publicam posts diariamente com discursos que alimentam o ódio contra imigrantes, mulheres ou a comunidade LGBTQ, vídeos ou fotos de assassinatos e até pornografia infantil.
Segundo os relatos, nada ou ninguém os preparou para o que eles iriam ver nos escritórios da Cognizant em Tampa, Flórida (EUA). Todos os dias, eles eram obrigados a visualizar até 400 vídeos de pelo menos 15 segundos para poder reportá-los como inapropriado. Isso não imedia que eles voltassem a visualizar um determinado conteúdo, apesar de já ser removido, já que na imensa maioria dos casos, os vídeos eram replicados a partir de diferentes contas a partir do momento em que é enviado para o Facebook.
Como se tudo isso fosse pouco, o nível de estresse nesses postos de trabalho era infame. Além de ter que testemunhar verdadeiras atrocidades na rede social, as equipes tinham que reportar um mínimo de 98% de acertos. Ou seja, suas revisões não poderiam superar, em nenhum caso, uma taxa de erro de 2% na hora de considerar válido conteúdos que vão contra as normas do Facebook. Caso contrário, as empresas poderiam ter os seus contratos com a rede social não renovados.
Um emprego que, particularmente, a maioria de nós não gostaria de ter. Mesmo que pagassem uma fortuna para realizar tal tarefa.
Via The Verge