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A situação de momento da Huawei, uma semana depois do veto dos Estados Unidos

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Uma semana depois que foi detonado o conflito entre Huawei e Estados Unidos, chegou a hora de fazer uma revisão nos fatos e acontecimentos, atualizando o cenário e mostrando o que pode (ou deve, ou vai) acontecer entre os envolvidos.

 

 

Movimentos de lado a lado

 

 

Uma vez que o governo Donald Trump incluiu a Huawei na Entity List, várias gigantes de tecnologia se posicionaram sobre o assunto, com algumas delas anunciando o fim das suas relações comerciais com a gigante chinesa. Vale lembrar que um dos motivos para o veto é que Trump entendia que a tecnologia 5G da Huawei era utilizada para facilitar a espionagem do governo chinês em redes de outros países, algo que nunca foi materialmente provado.

Já o CEO da Huawei afirmou depois do veto que os Estados Unidos subestimavam o poder da empresa em sua capacidade de sobrevivência, contando com recursos próprios e estoque de componentes para passar um ano inteiro sem realizar compras, o que daria uma margem para uma manobra de autosuficiência.

Depois dessas declarações, os Estados Unidos avaliaram a situação (e como tudo isso iria impactar as suas operadoras de telefonia e empresas de tecnologia), e decidiu remover o veto contra a Huawei por 90 dias (até 19 de agosto). Detalhe: o próprio Donald Trump já abriu a porta para um acordo entre China e Estados Unidos, com uma solução que inclui a Huawei.

Ou seja, o problema aqui não é exatamente espionagem, mas sim dinheiro. Como sempre foi.

 

 

Os bloqueios anunciados contra a Huawei

 

 

Como eu disse antes, várias empresas já se manifestaram diante do cenário. Algumas de forma voluntária, outras de forma obrigatória. Cada movimento tem efeitos distintos, deixando a Huawei de fora de serviços ou sem componentes. A seguir, o painel atual:

Google: não vai fornecer serviços para a Huawei, deixando os chineses sem a Google Play e atualizações do Android com material do Google. Já a Huawei aponta que pode lançar o seu sistema operacional próprio, loja própria de aplicativos e negociações com outras lojas de apps.

Qualcomm: a Huawei fica sem os seus processadores, mas a empresa já se vira bem com os seus chips Kirin e suas patentes. Já a Qualcomm poderia perder 205 milhões de euros por ano sem a Huawei.

Broadcomm: seria (provavelmente) a mais afetada, com perdas estimadas em 270 milhões de euros sem a Huawei, já que fornece vários chips para a gigante chinesa.

Corning: não poderiam oferecer a proteção Gorilla Glass para os dispositivos da Huawei. A japonesa Asahi Glass poderia fornecer a proteção aos chineses com o Dragontraill, mas a qualidade obviamente não é a mesma.

ARM: os britânicos são de propriedade de um fundo de investimentos japonês Softbank. É o bloqueio mais grave para a Huawei, pois perde o acesso à arquitetura ARM, que está presente em 100% do mercado mobile. A alternativa, a arquitetura RISC, não está presente em smartphones, e isso faria com que os chineses tivessem que apelar para outros fabricantes como a Samsung, mas existe a possibilidade deles receberem outro veto na cara.

Toshiba: a Huawei perde diferentes semicondutores para smartphones e memórias, além de sistemas de processamento de dados de alta velocidade LSI.

Expulsão da SD Association: a Huawei desapareceu do site da SD Association, e isso indica que a empresa não pode usar os leitores SD em seus telefones. A Huawei fez um interessante movimento nesse sentido, com os seus cartões de memória no padrão NMCards, lançados no ano passado.

Restrição temporária da WiFi Alliance: a Huawei não pode certificar os seus dispositivos para redes WiFi e não pode usar os seus padrões. Com certeza o veto vale apenas para o ocidente, mas é preciso esperar para saber o que a Huawei vai fazer.

 

Além de todos esses vetos, a Huawei também sofreu outros que afetam a vários de seus outros setores, vindos de Intel, Microsoft, Panasonic, NVIDIA, Seagate e Western Digital, afetando os seus notebooks, que deixam de ter acesso a vários componentes essenciais como processadores, gráficos e armazenamento, ou sem acesso ao Windows.

E os vetos continuam.

 

Esta é a situação atual da Huawei, e a solução pode chegar no final de junho, com o G20 organizado no Japão. Lá, os presidentes da China e dos Estados Unidos poderão selar um acordo comercial. Como podem não fazer nada.

Enquanto isso, o futuro da Huawei no mercado mobile e em outros segmentos está em xeque. Muitos planos de ação devem estar em desenvolvimento pela empresa, mas ainda restam muitos passos para serem executados.

A data limite para tudo ainda é 19 de agosto. Até lá, tudo pode acontecer. Ou nada. E, se nada acontecer, a Huawei terá sérios problemas.


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