Os novos carregadores de bateria que prometem uma carga muito rápida e muito potente (até 120 W em alguns casos) prometem livrar você do carregador em 30 minutos, ao mesmo tempo que levantam algumas dúvidas nos usuários. Tais sistemas podem comprometer seriamente a vida útil das baterias, ou ao menos é isso o que afirma as más línguas.
O que tem de verdade de tudo isso? A carga rápida nos smartphones é segura?
Vamos ver o que a ciência fala sobre isso.
A recarga rápida nos smartphones é uma má ideia?
Sim, de certo modo, é uma má ideia. Mas para concluir isso, é preciso entender como uma bateria funciona internamente.
Quando você conecta o seu smartphone no carregador, o processo de recarga da bateria passa por um movimento contínuo de íons de lítio entre os eletrodos positivo e negativo, carregando as células que fornecem energia para todos os componentes do telefone.
Na recarga rápida, esse processo é acelerado pela amperagem maior. E o que faz reduzir a vida útil da bateria é a interação entre as partículas, cuja viagem entre os eletrodos positivo e negativo se produz de forma mais rápida.
O nível de dano que as partículas da bateria sofrem ao longo do tempo é considerável. Ou seja, quando as baterias são recarregadas, os íons de liítio que conformam as células realizam um movimento de trás para frente entre os dois eletrodos, o negativo e o positivo. Ao interagir com as partículas dos eletrodos, elas se rompem e se degradam mais rapidamente, e o desgaste é ainda mais evidente quando o smartphone é conectado em um carregador de recarga rápida.
Vários estudos científicos confirmam que a recarga rápida é ruim para as baterias a longo prazo. Por isso, é melhor começar a pensar nos danos a médio e longo prazo no uso desse tipo de carregador que, pelo avanço da tecnologia, estão cada vez mais potentes.
É segura a recarga rápida que vai chegar nos futuros smartphones?
Seguindo apenas a lógica dos estudos científicos, a degradação da bateria pode ser muito mais drástica em baterias que vão sofrer o estresse de recarga em 100 W ou 120 W. Porém, os fabricantes seguiram avançando nas tecnologias das baterias, criando sistemas que reduzem o impacto desse tipo de cargas.
A OnePlus criou um carregador que, em teoria, minimiza a degradação, absorvendo o impacto da recarga rápida e expulsando esse estresse em forma de calor. E já faz um tempo que a empresa já inclui em seus modelos um carregador que absorve o calor para manter a velocidade de recarga.
Já a OPPO tem um sistema que a Apple está utilizando nos seus iPhones. Na hora de carregar um dispositivo com duas baterias conectadas em paralelo, a recarga acontece através de duas células totalmente independentes. Assim, o impacto é dividido entre dois componentes para reduzir as consequências a longo prazo.
A última solução nesse sentido envolve uma mudança na composição das baterias. Hoje, os dois tipos de bateria mais utilizadas na telefonia móvel são o Li-Ion (íon de lítio) e o LiPo (polímeros de lítio). O próximo passo está nas baterias de grafeno, que prometem armazenar uma maior quantidade de energia no mesmo tamanho de uma bateria convencional, em troca de uma maior resistência com o passar do tempo.
Não sabemos quando a bateria de grafeno vai chegar ao mercado, mas fato é que todas as empresas de tecnologia estão estudando esse material para assim superar as baterias de lítio de uma vez por todas.
Via Purdue, Energy.gov