A Intel passou por uma reestruturação organizacional iniciada em 2024, focando em três pilares estratégicos fundamentais para sua transformação empresarial.
Esses pilares são:
- não ser mais uma empresa apenas de hardware, mas também de software;
- entregar as melhores plataformas de inteligência artificial para o mercado;
- e se conectar com o ecossistema exercendo um papel de liderança.
Giselle Ruiz Lanza, presidente da Intel na América Latina, explicou melhor em recente entrevista como esses pilares vão funcionar para a empresa, além de abordar a complexidade do momento recente de mudanças profundas no topo da cadeia de comando.
Como a nova Intel se enxerga neste momento
A companhia deixou de ser exclusivamente uma empresa de hardware para se tornar uma organização híbrida que também atua fortemente no desenvolvimento de software, buscando entregar as melhores plataformas de inteligência artificial disponíveis no mercado global.
A transformação organizacional incluiu uma rodada de demissões em agosto de 2024, quando 15 mil funcionários foram desligados para criar uma estrutura mais enxuta e eficiente.
O então CEO Pat Gelsinger deixou a companhia em dezembro do mesmo ano, sendo substituído por Lip-Bu Tan em março de 2025, executivo experiente do setor de semicondutores que integrava o conselho da Intel.
Sob a nova liderança, a empresa adotou uma estratégia que começa com o desenvolvimento de software para posteriormente criar o hardware adequado.
A abordagem inverte o modelo tradicional da companhia, priorizando as aplicações atuais e futuras que determinarão o desenvolvimento de hardware capaz de habilitar as melhores experiências para os clientes.
A integração de aceleradores e inteligência artificial tornou-se central nos produtos da Intel. Desde 2023, a empresa passou a oferecer PCs com encapsulados que integram CPU, GPU e NPU, habilitando casos de uso com IA e trabalho na borda através de edge computing e data centers, especialmente para aplicações de visão computacional.
Como está a Intel na América Latina?
Na América Latina, a Intel tem fortalecido parcerias estratégicas com empresas locais nos últimos oito anos. Entre os principais parceiros estão WEG e Magalu Cloud no Brasil, além da mexicana Softtek e da chilena Sonda.
A empresa também tem se aproximado de startups, reconhecendo que uma parcela significativa da inovação em inteligência artificial generativa e cognitiva virá de novas empresas especializadas.
A companhia mantém duas operações importantes na região: as fábricas na Costa Rica, responsáveis por uma parcela significativa dos chips de data centers produzidos globalmente, e o Guadalajara Design Center no México, um dos principais centros mundiais de validação e testes de semicondutores.
Próximos passos
A próxima grande aposta tecnológica da Intel é a nova arquitetura de chips 18A, com os primeiros chipsets programados para lançamento no final de 2025.
Esses serão os primeiros chips da empresa desenvolvidos na escala de dois nanômetros ou Angstrom, representando um salto significativo em capacidade de processamento e eficiência energética.
A estratégia de aproximação com o ecossistema de parceiros e desenvolvedores busca criar um ambiente colaborativo onde a Intel exerce papel de liderança tecnológica.
A empresa reconhece que o sucesso da transformação depende não apenas do desenvolvimento de hardware avançado, mas também da criação de ferramentas de software que permitam aos desenvolvedores extrair o máximo potencial das soluções oferecidas.
Via Mobile Time