Diretores da Microsoft se reuniram na semana passada com um grupo de jornalistas em sua sede em Seattle (EUA), onde falaram da launcher para Android que será lançado esse mês. E também sobre a possibilidade (não tão impossível) deles criarem a sua própria distribuição Android.
Um dos jornalistas presentes questionou se a Microsoft criaria a sua própria distribuição Android, como faz hoje Samsung, Amazon ou LG. Julie Larson-Green, vice-presidente do departamento de experiências do Windows, respondeu com um “iremos onde nossos clientes quiserem ir”.
A resposta é intrigante, e adiciona uma dimensão interessante na estratégia da Microsoft no Android, que é variada e importante nos últimos meses. A Microsoft publicou uma LockScreen para o Android, e tem a já citada launcher em fase beta privada, com lançamento da versão final para as próximas semanas.
E isso pode ser apenas a ponta do iceberg. A Microsoft apresentou na última BUILD ferramentas de desenvolvimento para portar aplicativos do Android e iOS para a a sua plataforma de “aplicativos universais” do Windows. A empresa tem acordo com a Cyanogen para integrar a Cortana e abarcar outros apps da Microsoft. Também tem acordos para inserir o dual boot em dispositivos da Xiaomi, e adquiriram a Double Labs, empresa por trás do aplicativo de bloqueio para o Android, o Echo Notification.
Sem falar que a Microsoft utilizou de sua posição de patentes com a Samsung para pré-instalar aplicativos como Office e Bing em alguns dos smartphones Android mais vendidos pelos coreanos.
Os movimentos no Android são em ações dispersas. Os aplicativos são independentes e não estão bem conectados, mas o próximo passo da Microsoft vai além: medir as reações dos usuários e acumular uma maior experiência no Android. O final desse trabalho pode culminar em sua própria distribuição Android, incluindo e conectando seus aplicativos mais importantes, de modo que tudo isso acabe tendo sentido para os usuários.
Não é segredo para ninguém que a Microsoft não se conforma em ter apenas 3% do mercado de sistemas operacionais móveis. O Windows 10 Mobile é promissor, e os novos Lumia atendem bem no segmento top de linha. A Acer é uma das parceiras, e outras podem fazer parte. Mas… tudo isso será suficiente?
Ou o Android será uma alternativa para a Microsoft?
Ou será apenas uma estratégia para que o Windows recupere posições no mercado?
Só o tempo vai responder essas e outras questões.
Via The Australian, Neowin