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A magnitude do spyware israelense Pegasus

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O Projeto Pegasus foi revelado após uma investigação envolvendo grandes grupos de mídia como The Guardian e The Washington Post, em parceria com a Anistia Internacional e Forbidden Stories. A matéria revela a magnitude do uso do software espião Pegasus, desenvolvido pelo grupo israelense NSO Group.

E os resultados são alarmantes.

Mais de 50 mil alvos em potenciais foram monitorados pelo NSO Group, em uma lista que inclui principalmente jornalistas, políticos, ativistas e opositores a regimes autoritários. Foi com o Pegasus que o smartphone de Jeff Bezos foi hackeado, onde a ação foi diretamente relacionada com o assassinato de Jamal Khashoggi na embaixada da Arábia Saudita, e com ele foi coordenado o ataque ao WhatsApp em 2019.

Além disso, já existem informações que o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos/RJ) tentou comprar o software Pegasus para o mesmo objetivo: espionagem paralela e não oficial.

Vamos tentar compreender a magnitude do Pegasus em relação à essa espionagem em massa. Lembrando que a lista completa dos espionados será revelada nas próximas horas pelo The Washington Post.

 

 

 

Quem o Pegasus perseguia?

 

 

O Pegassus acessava dados de smartphones Android e iOS, obtendo registros de chamadas, gravações de microfones, localização do dispositivo, imagens, histórico de mensagens de navegação, entre outros. São sempre informações sensíveis que indicavam onde aquela pessoa estava, com quem conversou, o que foi dito nas conversas, quais são os tópicos de interesses e outros.

 

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O software do NSO Group analisa detalhes de todas as possíveis brechas de segurança que podem estar presentes no Android e iOS para superar os escudos tecnológicos. Nem mesmo o iOS 14.6, a última versão estável do sistema operacional móvel da Apple, conta com brechas de segurança que podem ser exploradas.

 

 

A espionagem em massa detectou pelo menos 1.000 pessoas de mais de 50 países, onde os principais alvos são jornalistas, políticos, executivos de empresas e ativistas de direitos humanos de ONGs. O mapa acima mostra os países que contrataram os serviços do NSO Group, na sua maioria, países com regimes autoritários ou ditaduras.

Porém, chama muito a atenção que democracias estabelecidas como França, Espanha e Reino Unido estejam nesta lista.

Existem registros de tentativas de espionagem por parte do Pegasus desde 2016, com um aumento considerável dos ataques em 2019. O software é capaz de fazer a espionagem de forma remota, utilizando o microfone e a câmera do dispositivo, além de realizar capturas de tela e registrar os toques realizados no dispositivo.

Apesar da propagação do Pegasus ser considerada mínima, isso não torna o software menos perigoso. Afinal de contas, os danos à privacidade do indivíduo são enormes. Entre os jornalistas afetados pela espionagem em massa, estão profissionais de grandes veículos globais como CNN, Al Jazeera, Associated Press, Reuters, New York Times, Wall Street Journal, Bloomberg, Le Monde, Financial Times e El País.

 

 

A NSO Group tenta se defender das acusações. Thomas Clare, advogado contratado pela empresa para este caso, afirma que:

 

“A NSO Group possui boas razões para acreditar que esta lista de ‘milhares de números de telefone’ não é um alista de números que apontam para os governos que utilizaram o Pegasus, mas que pode ser parte de uma lista maior de números que podem ter sido utilizados pelos clientes da NSO Group para outras finalidades”.

 

Seja como for, essa história só está começando, e nos próximos dias veremos o reflexo das informações que serão relevadas em breve. Ao que tudo indica, estamos diante do maior caso de espionagem em massa da história, e esse evento pode causar um ponto de inflexão na discussão sobre o monitoramento de usuários em um mundo conectado.


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