Se você nasceu entre 1995 e 2010, parabéns: você é um nativo digital e, por causa disso (também), é um membro da Geração Z. Sua imersão em um ambiente tecnológico existe desde os seus primeiros dias de vida.
Essa é uma vantagem que você tem em relação à mim, membro da geração X, que nasceu em 1979 e faz parte da geração que viveu a transição do fim da era analógica para a primeira era digital, pavimentando o caminho para você correr.
A diferença entre mim e você é que eu ainda posso conseguir um bom emprego por saber usar o Excel.
Já você…
A Geração Z não sabe usar o Excel
Um estudo da Universidade de Toledo (EUA) revela que A Geração Z não sabe utilizar ferramentas tecnológicas que ainda são muito comuns no mercado de trabalho, tal e como são softwares como o Outlook e o Excel.
Ou seja, nem toda a proficiência em tecnologia garante o pleno conhecimento em softwares que, na maioria dos casos, dependem do computador tradicional para extrair a maior produtividade.
O estudo foi publicado no Journal of Applied Business and Economics, e destaca uma lacuna nas habilidades tecnológicas dos alunos, que embora sejam consumidores regulares de tecnologia, não possuem as competências necessárias para o uso eficaz de softwares essenciais no ambiente profissional.
A mesma geração que passa horas no smartphone e nas redes sociais não dominam o Microsoft Office, fazendo perguntas básicas durante as aulas sobre recursos banais, como modificar o espaçamento de linhas entre documentos ou anexar arquivos em e-mails.
O problema não é exclusivo à Geração Z; muitos Millennials também enfrentam dificuldades semelhantes com os mesmos softwares.
E é claro que isso tem uma explicação bem plausível.
Nada fora do normal
Millennials e Geração Z não contam com qualquer tipo de familiaridade com ferramentas como o Microsoft Office porque simplesmente não usam esses programas no dia a dia.
Mais do que isso: diferente da Geração X, não cresceram com a ideia de que aprender a usar esses programas seria algo importante no futuro.
O estudo observar que tal efeito acontece entre os jovens que usam as plataformas da Microsoft ou o smartphone como dispositivo prioritário.
Para os adolescentes que estão acostumados com o ChromeOS e o Google em suas rotinas informáticas, utilizar editores de texto e planilhas eletrônicas se tornou algo mais comum.
O Dr. Gary Insch, responsável pelo estudo, observa que a transição para o uso de softwares utilizados no mundo dos negócios é um grande problema para muitos alunos, pois as habilidades adquiridas em ambientes acadêmicos nem sempre são compatíveis com as necessidades práticas do mercado.
Até porque você aprende a mexer no Word, Excel, Outlook e PowerPoint ANTES de chegar em uma universidade.
Como resolver o problema?
Os pesquisadores sugerem que as instituições acadêmicas devem implementar métodos que incluam ensino prático das ferramentas mais utilizadas no mercado, promovendo uma aprendizagem mais alinhada às necessidades do mundo do trabalho.
Traduzindo: aula de Office na universidade.
Os cursos de informática básica acabaram (já que existem os tutoriais no YouTube), e os colégios do ensino médio não estão fazendo esse trabalho de formação de usuários de computador.
A crença popular de que todos os jovens são especialistas em tecnologia é desmentida por este estudo. Por isso, mostre esse artigo para o seu pai ou sua avó, só para que eles parem de encher o seu saco, pedindo para configurar o roteador de casa.