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A autonomia dos smartphones está estagnada há 10 anos, e não há solução aparente para isso. Por que?

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Medir a autonomia de bateria de um smartphone é uma das tarefas mais complexas na análise do dispositivo. E, ao mesmo tempo, uma daquelas que despertam mais interesse entre os usuários nos testes de benchmark e avaliações de especialistas em tecnologia.

O uso real é algo que pode variar de pessoa para pessoa e, na maioria dos casos, consome mais energia do que os testes sugerem, especialmente nas tarefas cotidianas que envolvem a conectividade.

Navegação por GPS, reprodução de músicas por streaming e uso na internet com redes 5G podem simplesmente esgotar a bateria mais rapidamente do que se imagina.

E (aparentemente) os fabricantes de smartphones não conseguem expandir essa autonomia de uso, não importa o que aconteça.

 

A comparação da autonomia ao longo dos anos

Antes de comparar a autonomia de hoje com aquela alcançada em 2013 ou 2014, vamos entender um conceito básico: o tempo de uso de tela.

Esse é um indicador minimamente confiável e que tange a todos os smartphones disponíveis no mercado. E, mesmo assim, ele é variável, e depende do uso individual do dispositivo.

Para alguns usuários, 7 horas podem ser consideradas boas, enquanto outros que utilizam o telefone de maneira mais intensa podem esperar até 10 horas. E quando encontram menos tempo de funcionamento, acabam se frustrando.

Ou seja, o conceito de “bom tempo de uso de tela” sempre vai variar entre os usuários.

Apesar de todos os avanços tecnológicos alcançados pelos fabricantes nos smartphones, os números de autonomia de bateria não mudaram muito nos últimos 10 anos.

Processadores mais potentes e baterias com maior capacidade não entregaram mais tempo de uso. Não adianta ter 5.000 mAh no smartphone, pois alcançar em torno de 5h30 de uso intenso do 5G é considerado “o normal” para os dispositivos modernos.

E isso, mesmo com todas as melhorias de eficiência energética que os novos processadores oferecem.

 

Existe uma regra previamente estabelecida?

Não. Pelo menos formalmente não.

Existe um consenso informal sobre as expectativas de autonomia dos smartphones, onde 3 a 4 horas de tela é considerado insuficiente.

Já se o dispositivo alcança entre 9 a 10 horas de autonomia de bateria, encare esse dispositivo como “excepcional” no seu desempenho energético.

Apesar dessa variabilidade, parece haver regras não escritas que permanecem inalteradas:

  • Entre 3 e 4 horas de tempo de tela. Um drama
  • Entre 5 e 6 horas de tempo de tela. Um alcance decente.
  • Entre 7 e 8 horas de tempo de tela. Uma autonomia muito boa.
  • Entre 9 e 10 horas de tempo de tela. Reservado para verdadeiras feras da bateria.

Esses números se tornaram constantes nos smartphones, entrando no senso comum dos usuários, mesmo com a evolução dos dispositivos.

Ou seja, apesar das mudanças no hardware e uma teórica otimização no consumo energético, a autonomia da bateria dos smartphones não aumentou em 10 anos.

Por que isso aconteceu?

 

Por que os smartphones de hoje gastam mais energia?

O aumento no consumo de energia dos smartphones modernos pode ser atribuído a vários fatores que estão alinhados à evolução dos dispositivos.

Telas maiores, maior emissão de brilho, aplicativos mais exigentes e demandas por recursos mais modernos como câmeras de alta resolução são alguns dos fatores que ajudaram na redução da autonomia, mesmo com baterias mais potentes.

E isso tem uma razão de ser.

Afinal de contas, smartphones mais potentes exigem mais bateria de forma natural. E na prática, o tempo de uso longe da tomada tende a ser o mesmo do passado.

O seu smartphone conta hoje com 5.000 mAh de bateria em média porque é bem mais potente do que um telefone de 2014.

Alguns exemplos do que eu estou falando:

  • Xiaomi Redmi Note 13 Pro+: 25.16h de conversação, 12.22h de tela na reprodução de multimídia.
  • Xiaomi Redmi Note 9: 34.54h de conversação, 18h de tempo de tela na reprodução de multimídia.
  • LG G2: 25.01h de tempo de conversação, 11.51h de tempo de tela na reprodução de multimídia.
  • LG G6: 22.30h de tempo de conversação, 10.27h de tempo de tela na reprodução de multimídia.
  • Google Pixel 2 XL: 26:58h de conversação, 11:45h de tempo de tela na reprodução de multimídia.
  • Google Pixel 8 Pro: 25:24h de conversação, 12:18h de tela na reprodução de multimídia.

Logo, para manter o mesmo tempo de uso de um smartphone do passado, uma das alternativas é aumentar a bateria do dispositivo.

É importante lembrar que os testes de autonomia de uso dos smartphones tiveram os seus métodos modificados e atualizados ao longo dos anos.

E só essa mudança de metodologia em si já pode resultar em alterações sobre a forma em como os resultados nos testes de autonomia são apresentados.

Os testes mais antigos focavam na capacidade do smartphone em reproduzir vídeos salvos de forma nativa na unidade de armazenamento do smartphone.

Hoje, os testes utilizam as plataformas de streaming, que são mais exigentes no consumo energético, entregando dados mais alinhados com os hábitos de uso diário.

Alguns modelos de smartphones se destacam justamente por exibir resultados tão claros no consumo de bateria, que o uso real energético é basicamente o mesmo.

Logo, não há motivos para maiores preocupações, mas também temos que manter o nosso sinal de alerta sobre o consumo energético dos smartphones.

Mesmo com possíveis diferenças nas especulações entre um smartphone e outro, a performance em uso real pode ser simular.

Por fim, o último fator que influencia na autonomia de um smartphone é o tipo de redes móveis que será utilizado.

As redes 5G tendem a ser mais diferentes do que as tecnologias das gerações anteriores, mas o uso intenso de dados e a necessidade de conectividade constante podem sim levar o dispositivo a consumir de forma mais exagerada a sua bateria.

Por isso, mesmo com o aumento das baterias, fica difícil promover o aumento da autonomia dos smartphones modernos.

A demanda de energia associada às suas funcionalidades consegue manter a autonomia dos smartphones em níveis aceitáveis durante anos.

Mas a nova realidade existe, e os fabricantes que agora resolvam lidar com ela, pois o usuário comum se torna refém de um ato de quase desleixo por parte dos fabricantes e desenvolvedores de software.


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