2020 será o ano da verdade para a Netflix.
Pela primeira vez em sua história, a plataforma líder no segmento de vídeo por assinatura via streaming vai enfrentar uma concorrência pesada, e não apenas o Amazon Prime Video, Hulu e derivados. Disney+, HBO Max e Apple TV+ vão bater de frente e com toda força, buscando roubar uma fatia do mercado da gigante do N vermelho.
Diante desse cenário, tudo (ainda) indica que a Netflix será a plataforma líder do streaming em 2020, mas não com a mesma liderança folgada e isolada dos últimos anos. E um problema delicado pode ser determinante para que a plataforma perca a sua força: a quantidade cada vez menor de filmes disponíveis em seu catálogo.
Menos filmes… audiência menor?
Um estudo realizado pela Streaming Observer compilou e analisou os dados do catálogo da Netflix para assim concluir que o seu catálogo de filmes está encolhendo ano após ano. Em 2014, a plataforma contava com um total de 6.494 filmes. Em 2016, esse número caiu para 4.335 filmes. Nesse momento, esse catálogo está no seu ponto mais débil: em novembro de 2019, foram identificados apenas 3.849 filmes disponíveis.
Apenas como um comparativo: a SKY PLAY, plataforma de streaming da SKY, entrega uma grande quantidade de conteúdo online para os seus assinantes, e o seu complemento natural, o Telecine Play, já conta com mais de 2.000 filmes no seu catálogo.
Ou seja, o assinante da Netflix está pagando mais caro a cada dois anos para ter menos filmes disponíveis na plataforma. Tudo bem, o serviço de streaming justifica os investimentos e a mensalidade do cliente com mais produções originais. Mesmo assim…
De forma proporcional e com números frios, a Netflix tem hoje 34% menos filmes disponíveis em seu catálogo do que tinha em 2014. Sem falar na porcentagem importante dos filmes disponíveis que são produções exclusivas ou originais.
E, convenhamos: nem todos os filmes originais da Netflix contam com os parâmetros de qualidade de Roma e O Irlandês. Tem muito filme ruim na plataforma, e isso é fato. Logo, é preciso levar em consideração também esse fator.
No final das contas, a Netflix está deixando claro qual é a sua estratégia a longo prazo: a permanência dos seus usuários na plataforma vai se basear no peso do seu conteúdo original.
É uma escolha. Que pode ter consequências sérias no futuro.